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Os elogios para Carla Cristina e a amizade com o saudoso Jairo Caldas

Uma das coberturas que eu mais gostava de fazer no rádio era sobre o Carnaval. Desde a minha primeira passagem na Rádio Excelsior (AM 840), na década de 70, eu gostava de ser escalado para participar da equipe.

Geralmente, ficava a cargo do saudoso comentarista de arbitragem, Gerson Macedo, fazer a escala de todos aqueles que iriam trabalhar na cobertura da festa.

-” Ninguém me peça férias para o mês do Carnaval. Preciso contar com todos os profissionais da emissora. Principalmente os da equipe esportiva”.

Este era um aviso dado pelo Sr. Wilson Alves de Menezes, que na oportunidade era o diretor geral da emissora. Este também já nos deixou faz alguns anos.

E normalmente eu gostava de trabalhar num posto que existia no Relógio de São Pedro. A rádio armava um pequeno palanque, e ali, além de trabalhar, eu me encontrava com vários amigos e amigas.

Depois que eu sai da Rádio Excelsior, me transferi para a Rádio Clube em 1982 e ainda fiz algumas coberturas do Carnaval. Nesta emissora, quem comandava a equipe era o também comentarista e saudoso Milton Colen.

Colen era uma referência no rádio e na televisão. Mineiro, veio transferido para a TV Itapoan onde fez muito sucesso, e antes de voltar para a sua terra trabalhou em várias emissoras de rádio, aqui em Salvador.

Nunca esqueço de uma frase de Milton Colen que muito me encheu de orgulho. Numa das reuniões realizadas com a equipe durante o Carnaval ele disse:

– Olha aqui Mário Freitas, se eu tivesse dois caras iguais a você na equipe, ninguém nos bateria em audiência na cobertura do Carnaval.

– Oh, Colen, obrigado, mesmo. De coração.

Nunca esqueci deste elogio. Embora eu também gostasse de ouvir críticas, quando o meu trabalho não estivesse sendo bem feito. Afinal, corrigindo os erros a gente tende a subir na carreira profissional.

Na década de 90, eu já estava com a minha equipe Alto Astral, na Rádio Excelsior. Fui convidado pelos coordenadores da cobertura do Carnaval para voltar a participar do evento.

– Galera, sinto muito. Mas neste Carnaval não estarei em Salvador. Vou para Porto Seguro.

E, realmente, como eu já tinha assumido um compromisso e não ficaria naquele período da festa carnavalesca em Salvador, não pude aceitar o convite.

Aproveitei alguns momentos durante a noite, lá em Porto Seguro, e assisti pela televisão alguns trios elétricos desfilando no centro da cidade, na Barra e em Ondina. Lembro que na quarta-feira de cinzas voltei a apresentar o Show de Bola do Meio-Dia.

Então, eu perguntei ao grande parceiro, colega  e amigo, Ivanildo Fontes:

– Fontes, quem é aquela cantora do grupo “As Meninas”? Muito boa, rapaz. Em pouco tempo vai estourar nas paradas.

– É Carla Cristina.

Pronto, logo em seguida o telefone tocou no stúdio. Alguém atendeu e me disse:

-Marão, é Jairo, o pai de Carla Cristina. Ele quer falar com você.

Pedi que ele esperasse só um instante, chamei um intervalo comercial e atendi o telefone:

– Oi, Jairo tudo bem?

– Estou te agradecendo pelo que você falou de minha filha. Ela está em Caruaru e vai te ligar para agradecer.

Eu disse tudo bem, mas que não era preciso, pois estava falando o que realmente achava. E logo em seguida, o telefone tocou de novo e era a Carla Cristina.

– Oh, Marão, meu pai me falou. Muito obrigada pelos elogios. Quando voltar para Salvador, quero ir ao vivo no seu programa.

-Beleza, Carla. Venha mesmo.

Batemos um papo e, como combinamos, depois do Carnaval ela esteve por lá no programa com o grande e saudoso Jairo Caldas, que nos deixou no ano de 2019.

Daquele elogio, que fiz de coração, sem nenhum tipo de interesse, registro dois destaques: o sucesso que Carla Cristina faz até hoje, atualmente, em carreira sol, e a minha sincera amizade com o rubro-negro JAIRO CALDAS.

Amizade sincera, leal, mas quis o destino que em 2019 o nosso grande Jairo fosse para outro plano. Mas a minha amizade com toda a família continua. É igual a caixa preta de avião: indestrutível.

Marão Freitas.

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