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A decisão pelo curso de Jornalismo

Desde a infância tive tendência para trabalhar em rádio. Enquanto muitos gostavam, e gostam até hoje, de tomar banho cantando, eu preferia ficar narrando jogos de futebol.

Desde cedo, menino ainda na minha querida Santo Amaro da Purificação-BA, eu gostava de ouvir as transmissões dos jogos de futebol, principalmente do Rio de Janeiro.

Tinha o hábito de às quartas-feiras, à noite, e nas tardes de domingo, ficar colado no rádio para ouvir Jorge Cury, então na Rádio Nacional, Orlando Batista, na Rádio Mauá, Waldir Amaral, na Rádio Globo, entre outros.

Fiz o meu curso primário em algumas escolas. Na Dr. Bião, lá mesmo em Santo Amaro, na Getúlio Vagas, anexa ao Instituto Normal da Bahia (hoje ICEIA) e na Mário Quitéria, em Pitangueiras, próxima à Ladeira dos Galés.

O então curso ginasial fiz um ano no Ginásio São Bento, no largo que tem o mesmo nome, depois fui para o Severino Vieira. Ao concluir a quarta série, ainda não tinha decidido sobre para qual curso faria o Vestibular.

Continuava com a minha vontade de querer trabalhar em rádio. Nos colégios onde estudei, sempre era indicado pelos colegas para ler alguns textos, porque sempre tive desenvoltura para a leitura.

Mas confesso que gostava mais de ouvir do que de ler. Na realidade, nunca tive o hábito de ler livros. Mas gostava muito de fazer a leitura dos jornais daqui de Salvador e de fora da Bahia.

Desta forma, decidi fazer o curso clássico e me transferi para o Colégio Góes Calmon, no bairro de Brotas. Mas fiquei só um ano e voltei para o Severino Vieira, em Nazaré.

– E aí, Mário Freitas, vai fazer Vestibular para quê?

– Não sei ainda. Estou pensando. Talvez Medicina, talvez Direito.

Ainda não era Marão, nesta fase da minha vida. Apelido que  me foi atribuído, já no rádio, carinhosamente, pelo grande narrador e um dos maiores apresentadores de resenha da Bahia, o meu parceiro Marco Aurélio.

O fato é que no Severino Vieira fiz o segundo e terceiro anos do Científico da época. E o ano já estava terminando e eu não tinha decidido o que fazer, depois da conclusão do curso.

Alguns dizem que o nosso destino já nasce traçado. No final do mês de dezembro de 1967, eu fui passar uns dias na casa do meu terceiro irmão, o saudoso Arismaldo (o Madinho) no interior.

E foi nesses dias que estava em Feira de Santana que tomei conhecimento de que existia o curso de Jornalismo na Universidade Federal da Bahia.

E um fato curioso: nunca fui de ler livros. Mas peguei  “A Cabana do Pai Thomáz”, devorei em poucos dias, voltei para Salvador com uma decisão tomada:

– Vou fazer o Vestibular para Jornalismo na Universidade Federal.

Lembro que na época, a saudosa Lucinha Pinheiro, (nos deixou cedo vítima de um câncer) que morava na mesma rua que eu, a Alberto Torres, no Matatu, já fazia este curso.

Alias, durante muitos anos o Curso de Jornalismo deixou de existir na Universidade Federal da Bahia. E voltou justamente no ano de 1967, turma da qual fazia parte a minha vizinha Lúcia, que depois veio a ser casada com o também jornalista e amigo Renato Ferreira.

Alias, naquela época no rádio esportivo baiano, existia apenas um jornalista diplomado. Era o saudoso narrador esportivo e editor de esportes do jornal A Tarde, durante muitos anos. O querido “baixinho”, como era tratado afetivamente, o saudoso Genésio Pina Ramos.

E foi assim que quase que por acaso eu fiz o Vestibular de Jornalismo no início do ano de 1968. Um ano depois, entrei como “foca” (espécie de estagiário sem ganhar nada) no Jornal da Bahia, onde fiquei por longos 16 anos.

Foi uma verdadeira escola, aliada ao meu aprendizado na Universidade. Praticamente, em paralelo, comecei a minha carreira no rádio, graças ao meu estimado, querido chefe, irmão, conselheiro, parceiro e amigo, o consagrado JOSÉ ATAÍDE, na Rádio Cruzeiro da Bahia, AM 590.

Marão Freitas

Uma resposta

  1. Belo texto,acabei de ler agora,3:58 da manhã fui surpreendido com a citação do nome de meu pai.Sua redação sempre foi rápida e muito boa.Abraco Paulo Aquino

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