Romário foi o "cara" da Copa de 1994 ganha pelo Brasil nos Estados Unidos. Antes de viajar para fazer a cobertura, comprei algumas camisas da Seleção Brasileira na Casa Pelota, do meu amigo Hélio Carvalho, e levei na minha bagagem. Num dos dias de folga, decidimos dar umas voltas por um Shopping Center de Dallas, onde a nossa equipe ( rádios Excelsior e Sociedade de Feira de Santana ) estava sediada.
Lembro que estava ao lado de Ivanildo Fontes e Nilton Batista. Naquela época, ainda tinha orgulho de ser brasileiro e vestí uma camisa do "baixinho". De repente, num dos corredores do shopping, encontramos uma família mexicana que tinha ido aos Estados Unidos para assistir a Copa do Mundo.
Um garotinho de aproximadamente 6 anos, me viu com a camisa de Romário e mostrou ao pai.
– Papá, papá, Romário, Romário. Eu quiero, quiero. E começou a chorar, indicando que queria uma camisa igual.
O mexicaninho não parava de chorar. O pai dele, então, se dirigiu a mim perguntando onde eu comprei. Disse-lhe que trouxe do Brasil e era difícil encontrar por lá.
– Quanto vale ? Pago para dar ao meu filho.
– Espera um pouco. Respondí.
Chamei Ivanildo de lado e falei.
– E aí, Fontes. Vou vender esta camisa. Quanto devo pedir ? Chegamos a uma conclusão de que 100 dólares estava de bom tamanho.
– Tudo bem . Você me paga 100 dólares e lhe dou a a camisa. Mas tem um problema: como vou voltar para o hotel ? Não tenho outra aqui para vestir.
– Isso não és problema. Entra em qualquer loja e escolhe uma que compro e lhe dou.
Ok. Tudo bem, então.
Caminhamos um pouco, entrei numa loja e escolhi uma camisa. Até que fui modesto, pois tinha de escolher uma mais cara. Decidí por uma de 45 dólares. Entrei no provador, vestí a nova camisa e entreguei ao mexicano a camisa de Romário. A criança não se conteve de alegria.
– Papá, papá, agora eu sou Romário.
E saiu todo alegre com os pais e irmãos. E eu voltei para o hotel com uma camisa nova e 100 dólares no bolso. Não deixei de fazer um bom negócio.
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