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Autor do gol mais rápido em Copas do Mundo hoje é motorista de Uber nos EUA

Dono do gol mais rápido na história das Copas do Mundo, feito na edição de 2002 do torneio, o turco Hakan Sukur vive uma rotina completamente diferente da que o consagrou como ídolo de seu país. O ex-atacante, hoje com 48 anos, trabalha como motorista de Uber pelas ruas de Washington, nos EUA, após uma série de polêmicas e ameaças turcas. “Não tenho mais nada em nenhum lugar do mundo”, lamentou ele ao site alemão Welt am Sonntag.

 

Tudo começou em 2011, quando o turco, já aposentado, se filiou ao partido do atual presidente turco, Recep Tayyip Erdogan e foi eleito deputado. Dois anos depois, após escândalos de corrupção virem à tona na sigla, decidiu renunciar, já que “nunca teria entendido como as coisas funcionam na Turquia se não tivesse ido ao parlamento”.

 

A retaliação, segundo falou Sukur ao site, foi imediata. “Eles atiraram pedras na butique da minha esposa, meus filhos foram assediados na rua, recebi ameaças após cada declaração que fiz”, disse. A vida no país, então, ficou inviável.

 

O ex-jogador relatou que teve bens congelados e viu seu pai ser preso – e ficar em prisão domiciliar só porque tem câncer. Com a vida insustentável, ele precisou se mudar para os EUA em 2015 e abriu uma cafeteria.

 

No estabelecimento, ele fez uma foto com um fã turco – e soube, depois, que ele havia sido preso. “Conheci um estudante turco que estava aqui sozinho. Eu não o conhecia, mas tiramos uma selfie. Quando ele voltou para a Turquia, descobriram a foto em seu celular e o prenderam por 14 meses. O governo deliberadamente faz essas coisas. Eles querem nos matar”. Depois de fechar a cafeteria após novas ameaças, o ex-atacante ainda teve ordem de prisão decretada por supostamente participar de uma tentativa de golpe de estado na Turquia, mas não foi encontrado em sua casa.

 

 

Hoje, Sukur se adaptou nos EUA e ganha a vida dirigindo Uber e vendendo livros. A revolta ao presidente turco, no entanto, ainda magoa o ídolo do Galatasaray.”Estou começando a trabalhar agora. Erdogan tirou tudo de mim. Meu direito à liberdade, o direito de me explicar, de me expressar, o direito ao trabalho.

 

 

Foto:  Andrew Wong/Reuters // Informações UOL Esportes

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