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Bernard, bom de vôlei e ótimo de palpite

Campeonato Brasileiro de 1984. Eu e o companheiro Martinho Lélis, hoje comentarista da Rádio Sociedade, fomos transmitir as semifinais e finais, para a Rádio Clube. Num sábado, à noite, jogaram Vasco e Grêmio no Maracanã. Um público fantástico e o clube carioca precisava de uma vitória simples para decidir o título com o Fluminense, que acabou se sagrando campeão, nove dias depois. Para as emissoras de fora do Rio não existia cabine. Nós narrávamos os jogos do chamado "muro da vergonha", junto das cadeiras numeradas. Enquanto Martinho se movimentava lá por baixo, eu conseguí chamar o Bernard, na época grande estrela do vôlei brasileiro, para bater um papo, ao vivo.

– E aí, Bernard. Como vascaíno, qual o seu palpite para o jogo desta noite?

– Pode anotar aí, baiano: Vasco 3 a 0.

– Não está exagerando, Bernard? Vai ser jogo duro.

– Depois me cobre . Vamos dar 3 a 0 e fazer a final com o Fluminense.

Agradecí ao grande Bernard e fomos para o jogo. Final : Vasco 3 a 0 no Grêmio.

Na quarta-feira, houve a primeira final do campeonato, entre Vasco e Fluminense. De repente, ouço alguém me chamando.

– Oh, baiano. Lembra-se do meu placar de sábado. Cravei 3 a 0.

– É verdade. Daqui a pouco vou lhe chamar para você dar o placar do jogo de hoje, viu?

– Não. Hoje não vou arriscar. Depois de acertar aquele 3 a 0, não vou dar palpite desta vez.

E, sorrindo, foi se sentar nas cadeiras com os seus amigos. No final. Fluminense 1 a 0, gol de Romerito. Acho que ele estava imaginando que não seria, como realmente não foi a noite do seu Vasco da Gama. Quatro dias depois, houve um novo jogo entre os dois clubes e o empate sem gols deu o título brasileiro ao Fluminense.     

 

(Foto: Divulgação / cbv)

 

 

 

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