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Do regime escravocrata ao anarquismo. Nem tanto, nem tão pouco!

Não se pode questionar sobre o regime escravocrata a que estiveram submetidos os atletas de futebol profissional no Brasil, antes do advento da Lei Pelé.

Enquanto os clubes de futebol detiveram o chamado direito do passe, um número sem fim de atletas foi extremamente prejudicado. A intransigência, ignorância e a vaidade da maioria dos dirigentes esportivos, causaram danos irreparáveis a inúmeros atletas profissionais do futebol.

Os clubes retinham em seus plantéis, de forma “legalmente arbitrária”, os atletas. Muitas carreiras de jogadores de futebol profissional, que poderiam ter sido brilhantes e, financeiramente melhores sucedidas, foram bloqueadas e até encerradas prematuramente. Causando danos irreparáveis aos atletas e às suas famílias.

Cansei de ouvir frases por dirigentes de clubes de futebol como: “Fulano” é inegociável!”- “Ou ele aceita o que estamos oferecendo ou não joga mais em lugar nenhum”!”.

Algo teria realmente que ser feito, para equilibrar a relação entre os clubes e os atletas profissionais do futebol.

Finalmente aconteceu. Com o advento da Lei 9.615 de 24/03/1998, que ficou conhecida como Lei Pelé. Surge então um termômetro para a mediação da tão desgastada relação contratual. Contudo, a relação era tão desequilibrada que houve um excesso na dose corretiva. E, do mesmo modo, sob minha ótica, acabou por cometerem-se novos desequilíbrios nessa relação.

Não podemos sair de um regime escravocrata e entrarmos imediatamente no anarquismo.

A Lei Pelé, que foi complementada por outras leis, trouxe, sem dúvida, uma nova esperança aos atletas profissionais do futebol. Contudo, entendo que seja necessária uma nova e ampla discussão sobre o tema, para então, definitivamente encontrarmos o caminho do meio. Nem tanto, nem tão pouco!

Adalberto Cunha, empresário.

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