Em 1976, fiz a minha primeira viagem ao exterior. Fui aos Estados Unidos, em companhia de Nilton Nogueira, cobrir, para a Rádio Excelsior e o Jornal da Bahia, o Torneio Bicentenário dos Estados Unidos, ganho pelo Brasil, com uma goleada de 4 a 1 sobre a Itália, na final. Antes do último jogo, fizemos uma viagem de São Francisco, na Califóirnia, para New Havven, nas proximidades de Nova York. Chegamos cedo no aeroporto, fizemos o check-in e ficamos na espera da chamada do vôo.
De repente, vem na minha direção, o inesquecível comentarista João Saldanha.
– Oh, baiano. Quando você vai de Salvador para Santo Amaro, você usa passaporte?
– Claro que não, né Saldanha.
Ele, então sorrindo, como sempre gentil (era um cara fantástico), me disse.
– Da próxima vez, não esqueça mais o seu passaporte, não viu, baiano? Senão você não pega o ônibus para Santo Amaro.
E me entregou uma carteira de mão com todos os meus documentos. Eu tinha esquecido no balcão da extinta Panam, companhia aérea que nos levou para Nova York. Dei sorte, pois se fosse um gringo que tivesse achado os meus documentos, certamente, eu teria de encerrar a minha viagem mais cedo, pois perderia o dinheiro e toda a minha documentação.
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