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Mais uma vez fui “bombeiro” em Rio Branco capital do Acre

Na década de 2000 eu trabalhava na Rádio Excelsior e fui fazer um jogo do Bahia, em Rio Branco, capital do Acre, contra o Rio Branco. Como era um jogo importante para o representante baiano, todas as emissoras da capital estavam presentes, e também algumas do interior. No total, estávamos em 12 cronistas esportivos para a cobertura do evento.

Como a viagem para a Rio Branco é longa, viajamos com dois dias de antecedência. O jogo era na quarta-feira e fomos desde a segunda, com uma escala em Brasília, e depois mais duas e meia de voo até Rio Branco.

No dia seguinte à nossa chegada, fomos almoçar no restaurante do hotel. A turma quase toda estava presente e tivemos até de utilizar duas mesas.

Defronte de onde estávamos sentados, se encontrava uma morena bonita, por sinal, (depois viemos saber que ela era de Recife) almoçando com um cara que, aparentemente, era bem mais velho do que ela.

De repente, notamos que ela, constantemente, olhava para as nossas mesas. E parecia dar pouca importância ao cara que estava com ela. E ele também parecia na dele e não estava nem aí.

– Aquela morena está a fim de alguém que está aqui nessas mesas. Falou um colega.

Conversa vai, conversa vem, o cara saiu, a morena ficou sozinha e alguém se dirigiu para conversar com ela. E o papo foi até bem rápido. De repente, esse determinado radialista voltou para a nossa mesa e falou:

– Quem me empresta um apartamento? Preciso dar uma subida com aquela garota.

– E por que você não usa o seu próprio apartamento?

Questionou alguém.

Ele disse que o companheiro de quarto dele era muito chato.

Eu estava no mesmo apartamento do Dito Lopes e já tinha decidido que iria no shopping da cidade (na época só existia um) comprar cartões postais, pois tinha o hábito de mandar para os meus amigos (as). E nós dois decidimos liberar o apartamento para o cidadão se encontrar com a menina.

Isso era por volta das 13 horas, mais ou menos, e só pedimos que ele liberasse o apartamento por volta das 16 horas. Era justamente o tempo em que eu ia no shopping, voltava, e Dito ficava batendo papo com os outros colegas.

Voltei para o hotel, no horário combinado, liguei para o meu apartamento e ninguém atendeu. Procurei por Dito e não encontrei. Ele devia estar com algum outro colega por lá mesmo no hotel, e decidi subir. Bati na porta e dou de cara com um problema.

O tal radialista estava por lá. A mulher sentada na cama e os dois na maior discussão.

– Só saio daqui com os meus cem reais. Falou a garota.

– Não lhe prometi nada. Não tenho hábito de pagar pra ficar  com mulher. Respondeu o cara.

– Bom, espero que vocês se entendam porque preciso descansar um pouco e preciso usar o meu apartamento. Falei.

– Ou ele me paga o que me prometeu ou não vou sair daqui.

– Oh, Marão, não prometi nada. Ela deve ter entendido mal. Ganho o meu dinheiro suado e não vou pagar cem reais, mesmo porque não devo nada para ela. Disse o radialista.

Ai, entrou de novo o meu espírito de “bombeiro” apaziguador. A menina estava irredutível e o cara insistia que não pagaria a grana que a morena estava querendo.

Como não tinha participado de nenhum entendimento entre os dois, e precisava usar o meu apartamento para estudar Inglês e escrever os meus cartões postais, decidi fazer uma proposta de “conciliação”.

– Vamos fazer o seguinte: o cara já disse que não vai te pagar, você disse que não vai sair daqui. Já que não existe acordo, vou lhe fazer uma proposta. Vou lhe dar 50 reais e fica tudo certo, valeu?

Ela relutou, mas sabia que era aquele valor ou nada, porque o cara já tinha dito que não pagaria, pois não tinha feito nenhuma combinação sobre pagamento.

– Vou aceitar porque você é uma pessoa muito educada, mas ele não vale nada. E posso até lhe dar uma cortesia. Você topa?

– Oh querida, não, obrigado. Preciso estudar e tenho outras coisas para fazer.

Até que valia a pena, porque ela era muito bonita, mas os meus objetivos naquele momento eram outros. Ela saiu xingando o cara, que foi para o apartamento dele, e eu pude finalmente fazer os meus exercícios de Inglês e descansar um pouco.

O dia em que, outra vez, tive de ser “bombeiro”, para evitar um desentendimento em Rio Branco, capital do Acre, foi mais uma das histórias que aconteceram comigo neste fantástico mundo das viagens.

Marão Freitas

Foto: Reprodução

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