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O dia em que não reconheci a minha ídola, a minha musa, Vera Fischer

Já falei aqui que o ano de 1974 foi muito importante para a minha carreira no rádio, em nível de entrevistas. Naquela oportunidade, a Rádio Sociedade (AM 740) completava 50 anos, e fui passar cerca de 20 dias no eixo Rio-São Paulo, com o objetivo de entrevistar várias personalidades para a nossa programação.

Eu fazia parte da equipe de França Teixeira, que apresentava a resenha do meio-dia, além de narrar jogos de futebol para a equipe esportiva da mais antiga emissora de rádio da Bahia.

Saí daqui com alguns nomes indicados pelo coordenador da equipe do França, o Marco Aurélio, e alguns nomes eu também sugeri. A minha primeira escala foi no Rio de Janeiro.

Fiz excelente amizade com um cidadão chamado Arnaldo. Ele era uma espécie de redator chefe da extinta revista “Amiga” e tinha os contatos de quase todos os artistas que faziam sucesso no rádio e na TV.

Entre os nomes que foram sugeridos por mim, estava o da ex-miss Brasil Vera Fischer. Famosa por fazer vários filmes e se destacar também em novelas da Rede Globo.

Aliás, Vera Fischer foi a minha musa, a minha ídola e não perdia um filme dela. Cansei de ir para o cine São Jorge, no bairro da Liberdade, Pax, na Baixa dos Sapateiros, Excelsior na Praça da Sé, entre outros, para assistir os filmes onde a loira geralmente aparecia nua.

Em minha opinião, foi a mais bonita mulher brasileira que conheci.  Mas tudo é uma questão de gosto. Mas creio que a catarinense de Blumenau seja uma unanimidade.

Não perdia um filme da loira como, Sinal Vermelho, as Fêmeas, A Super Fêmia, Essa Gostosa Brincadeira a Dois, Amor Estranho Amor, entre outros. E até hoje no Canal Brasil (513 da Sky) consigo assistir alguns desses filmes.

Quando cheguei no Rio, o meu principal objetivo era fazer uma entrevista com Vera Fischer. E ao chegar na sede da revista “Amiga”, consegui com o Arnaldo o telefone da artista.

Depois, fiz outras anotações (eram anotações, mesmo) porque tablet  e celular ainda não faziam parte do nosso cotidiano. Peguei outros contatos, agradeci ao Arnaldo, e agora era tentar fazer o agendamento com as pessoas que eu tinha o contato telefônico.

Liguei para a casa da Vera Fischer, fui bem atendido (não lembro se por ela ou pelo marido) e agendamos entrevista para o dia seguinte. Lembro que ela morava no famoso bairro do Leblon, numa transversal da Avenida Soares Lopes.

No dia seguinte, cheguei no horário combinado, às 10 horas. Interfonei e me mandaram subir para o apartamento. Lembro que na época ela era casada com a falecido, também ator, Perry Salles, que nos deixou no ano de 2009.

Muito educado, ele mandou eu entrar e ficamos batendo papo na sala.

– Rapaz, você sabe que eu posso me considerar baiano. A minha mãe estava grávida num navio que passou por Salvador. Mas ela acabou parindo aqui mesmo no Rio de Janeiro. Falou o Perry.

Ele me disse que gostava muito de Salvador. Falou dos pontos de atração turística aqui de nossa capital e falou que sempre que tinha oportunidade estava passeando por aqui.

Uma figura super simpática. Falamos sobre política, futebol, artes, enfim um papo super descontraído. De repente, chegou uma mulher com uma toalha na cabeça (não esqueci deste detalhe) e sentou-se em frente a nós.

Confesso que acostumado a ver a bela Vera Fischer no cinema a na televisão, não a reconheci. De repente, o Perry falou:

– Vera, vamos começar logo a entrevista, porque temos um compromisso mais tarde, né?

Acreditem. Foi aí que a minha ficha caiu. Aquela mulher que estava sentada na minha frente, era  a fantástica Vera Fischer. Mas confesso que não a reconheci, mesmo.

Mas foi um papo super descontraído. Ela, muita educada, em nenhum momento deu pressa e pude fazer, modéstia à parte, uma grande entrevista que entrou para o rol das maiores que já fiz ao longo da minha carreira.

No final, agradeci ao casal e parti para novas jornadas (entrevistas). Afinal, a lista de nomes que precisava fazer contatos naquela viagem era muita extensa.

O dia em que não reconheci a minha ídola, a minha musa, Vera Fischer, porque estava sem pintura, e fiz uma das grandes entrevistas, foi mais uma das histórias que aconteceram comigo nesta minha longa carreira no rádio.

Marão Freitas.

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