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Polícia americana leva carro de cronistas

A Copa do Mundo de 1994 ganha pelo Brasil depois de 24 anos de espera deu e deixou para muitos cronistas baianos. No dia do jogo pela fase semifinal contra a Holanda ( o Brasil ganhou de 3 a 2 ) as equipes das Rádio Excelsior e Sociedade de Feira de Santana estavam unidas em um "pool" para fazer a cobertura do evento. Neste dia, resolvemos ir mais cedo para o estádio. Estávamos em dois carros, um dirigido pelo famoso cronista de Feira de Santana, o grande Itajaí Pedra Branca.

Um dos maiores problemas era conseguir uma vaga de estacionamento. Itajaí nos deixou em frente ao estádio, lembro que no mesmo carro estávamos eu, Dilson Barbosa, Ivanildo Fontes e Nilton Batista. E lá se foi o nosso Tatá, como é conhecido carinhosamente pelos amigos, o Itajai, tentar uma vaga para deixar o carro.

O Brasil abriu 2 a 0 no placar, depois a Holanda meteu um susto empatando em 2 a 2, mas no final, Branco de falta deu a vitória à Seleção Brasileira. Final do jogo, voltamos para pegar o carro. Quando chegamos no local onde Itajaí tinha estacionado, nada de carro.

– Você parou o carro onde Tatá ? Perguntei.

– Aqui. Tenho certeza.

Quando olho para o chão vejo a sinalização: FIRE LINE.  Este é um local destinado a estacionamento de carros do Corpo de Bombeiros.

– Mas, rapaz você é maluco ?  E agora ? Você não viu que aqui é proibido estacionar ?

– Não sabia. Só ví escrito ( leu como se fosse em Português ) FIRE LINE.

– Isso aqui, rapaz , é exclusivo para o Corpo de Bombeiros.

Enquanto ele dava risada, eu, Ivanildo Fontes,Dilson Barbosa e Nilton Batista, chateados, procurávamos saber para onde tinham levado o carro, que utilizávamos em Dallas. De repente, encontramos um taxista marroquino que nos disse para onde os carros que cometiam aquele tipo de infração eram levados. Ele concordou em nos levar até lá.

Entramos no taxi e lá vamos nós. Um lugar longe e já estava começando a escurecer. Ele deixou transparecer que era um lugar perigoso e era melhor voltarmos no dia seguinte, pois alí podia ter assalto a mão armada. Como ele falava pouco inglês, fez um gesto de disparos de arma de fogo.

Voltamos para o hotel e no dia seguinte eu e Dilson Barbosa fomos buscar o carro. O local era distante do hotel, aproximadamente 80 quilometros. Além de pagar o taxi no dia anterior e este que estava nos levando tivemos de gastar muitos doláres com uma pesada multa. No final, um prejúizo de quase 800 doláres, que foi dividido entre os integrantes das duas rádios. E Itajai, sorrindo dizia.

– Não tive culpa . Só parei o carro no F I R E  L I N E.

Fire line que nos custou uma "senhora" grana. Mas, enfim, voltamos com o título de tetracampeão mundial.

 

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