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Xerifão come-grama campeão baiano de 2005

O destaque vai para um ex-zagueiro do Vitória que passou cinco temporadas vestindo a camisa do clube e protagonizou uma das cenas mais curiosas do futebol brasileiro, após marcar um gol no clássico contra o Bahia, no primeiro jogo da decisão do estadual de 2005.

Por ser natural de Belém do Pará, muita gente acha que ele começou a carreira como jogador profissional de futebol no Paysandu, o Papão da Curuzu. Mas na verdade, o seu primeiro clube foi fora do Brasil, no Uruguai, onde defendeu o Paysandú Bella Vista, da cidade de Paysandú, localizada a 370 quilômetros de Montevidéu.

Marcelo Heleno da Silva Fernandes, ou simplesmente, Marcelo Heleno, hoje com 42 anos, deixou o futebol Uruguaio em 1996, quando se transferiu para o Mogi Mirim, onde permaneceu por três temporadas (1996 – 1997 – 1998).

Nesse intervalo chegou a ser emprestado ao São José-SP, em 1998, passou pelo Francana –SP, até chegar ao Santos, em 1999. Quando ele saiu da Vila, foi negociado com a Inter de Limeira-SP, em 2001. No mesmo ano, chegou em Salvador para jogar no Vitória, clube pelo qual passou mais tempo. Ao todo, foram cinco anos (2001-2005).

Marcelo Heleno marcou a história do Vitória ao arrancar com os dentes a grama do campo de jogo da antiga Fonte Nova, após marcar o gol de empate em um BAVI, no primeiro jogo da decisão do Campeonato Baiano de 2005.

Naquela ocasião, o Vitória jogava com um homem a menos, pois o lateral-direito Edilson tinha sido expulso ainda no primeiro tempo, aos 33 minutos. O Bahia saiu na frente do marcador com Viola, aos oito minutos do segundo tempo. Marcelo Heleno empatou aos 12, e quando saiu para comemorar, extravasou, deitou no campo e abocanhou um punhado de grama.

A cena tornou-se uma das mais emblemáticas do futebol brasileiro, em momentos de comemoração de gols e até hoje é lembrada por torcedores do Vitória. E quando tentou justificar a sua atitude, Marcelo Heleno respondeu: “o técnico Renê Simões havia pedido para que os jogadores ‘comecem grama’ durante o clássico” e ele, seguiu à risca as orientações do treinador.

Naquele jogo, o Bahia ainda voltaria à frente do placar, com um gol de Guarú, aos 18 minutos do segundo tempo, mas Xavier, de cabeça, aproveitou uma cobrança de escanteio e igualou o marcador mais uma vez para o Vitória, já aos 43 minutos da etapa final, e o Vitória levou para o Barradão a vantagem do empate na decisão do título de 2005.
No jogo da volta, um novo empate, desta vez, sem gols, na Toca do Leão, e o Vitória, invicto na competição, sagrou-se tetracampeão baiano.

Apesar da alegria do título, aquele ano foi daqueles que o torcedor do Vitória pretende apagar da memória, pelo menos o segundo semestre. Foi em 2005 que o Time caiu de mãos dadas com o rival Bahia para a terceira divisão do Campeonato Brasileiro .

Depois que saiu do vitória, em 2005, Marcelo Heleno chegou a jogar no Rio Branco-SP, por duas temporadas, e encerrou a carreira no Santa Cruz-PE, em 2008, se aposentando aos 30 anos.

Antes de ser confirmado como reforço do Santa Cruz, em 2008, Marcelo Heleno teria ficado cinco meses sem jogar, por conta de problemas pessoais os quais o jogador, à época, não quis revelar, mas falou sobre o assunto para um jornal pernambucano: “eu tive problemas particulares muito sérios. Eu até tive propostas para jogar, como a do Barueri, mas eu preferi não ir, pois a minha cabeça ia estar lá em Belém. Mas, agora, está tudo resolvido e estou pronto para defender as cores do Santa Cruz. Todo mundo tem problemas e essa hora é de ser forte”, revelou à época, o jogador.

Em 2009, com 30 anos, Marcelo Heleno despertou o interesse do Paysandu. Desta vez, o de sua terra natal. Ele chegou a treinar no Estádio da Curuzu para recuperar o condicionamento físico. Contudo, a negociação não foi à frente e o zagueiro que marcou história no Vitória encerrou a sua carreira sem jogar no Papão.

Foto: Divulgação

 

*Colaborou GUMA GUEDES, repórter da Rádio Andaiá FM 97.1. Todas as noites ele apresenta o noticiário do Vitória no Programa Agito Esportivo, das 19h às 21h, com o comando de Ivo Ferraz.*

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