Para a infelicidade de quase 49 mil torcedores que estiveram presentes na Arena Fonte Nova, na tarde de sábado (14), o Bahia perdeu sua invencibilidade como mandante, diante do Cuiabá, pelo placar por 2 a 1. Mesmo tendo vencido os últimos sete jogos como mandante, o técnico Rogério Ceni atribuiu o insucesso ao gramado do estádio que foi sede da Copa de 2014.
“Hoje o maior motivo, primeiro, mais uma vez falar aqui, qualidade do gramado, a gente passa oito nove dias fora, não melhora absolutamente nada. Nem água eles têm capacidade de colocar para a bola rolar o mais rápido possível. (…) Repito, um gramado que não tem a mínima condição. É preferível ter um gramado sintético do que jogar neste gramado aqui. Aliás, é uma ideia, talvez para não perder jogo de Seleção eles não coloquem sintético. É triste ter que falar isso, mas deveriam colocar para preservar um gramado, oito dias de intervalo e não conseguem fazer nada pelo gramado, nem água conseguem colocar direito no gramado”, reclamou.
O comandante Tricolor ressaltou ainda sobre o desgaste do elenco durante a semana de viagens.
“O problema é que são dez jogos e tentamos o máximo ter jogadores com condições físicas, sabíamos que era um jogo de muita força do Cuiabá, jogou no sábado. Jogamos domingo, viajamos, jogamos na quarta, viajamos, passamos a madrugada, viemos hoje jogar aqui com 67 horas de diferença. Sei que pode parecer que estamos justificando, mas a fisiologia cobra, não tem jeito. Hoje tentamos ter o máximo de jogadores com menor minutagem, mais descansados, para suplantar esse jogo físico”, ressaltou.
Rogério falou ainda sobre o sistema defensivo, o mais vazado entre os quatro primeiros times da competição, sobretudo em jogadas de bola parada.
“A equipe do Cuiabá foi uma das equipe que menos pressionou a gente até hoje. Erramos por si só e a gente tem que assumir os nossos erros. Cicinho não deu passe pressionado, Kanu não deu drible pressionado. Erramos mais que o normal, não é um time que pressiona muito. Cuiabá contra-ataca muito, tem muita transição. As três chances foram que a gente ofereceu por erro de construção”, explicou.
“E sofreu alguns de bola parada, ausência do Everaldo hoje, no primeiro pau, ter um jogador mais baixo. Parece que não faz diferença, quando explicam as escalações de Thaciano e Everaldo, bola parada defensiva conta para sucesso. Não podemos tomar um gol dessa maneira, reconheço o esforço de todos eles. Cansaço bate, são extremamente dedicados. Mas os erros acontecem. Bola passa no primeiro pau com superioridade numérica da gente, a gente sofre o gol. Tudo isso pesa bastante. Vamos tentar corrigir, nos últimos jogos a gente tem sofrido. São os mesmos jogadores, troca Arias por Gilberto, hoje o Cicinho. Hoje um jogador mais alto, e o Cuiabá tem como ponto forte contra-ataque e bola parada, e sofremos em relação às duas coisas”, completou.
Estacionado nos 30 pontos, o Bahia ganha um descanso e volta para campo apenas no próximo domingo, dia 21 de julho. Mais uma vez na Arena Fonte Nova, o Tricolor recebe o Corinthians em compromisso válido pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida tem início marcado para as 16h (de Brasília).
“Nós vamos dar uma folga para eles. Trabalham dias ininterruptos, vamos dar domingo, segunda e terça para se que recuperem, descansem. A fisiologia recomenda, e a gente acha necessário. E aí quarta, quinta, sexta e sábado se preparar para esse jogo contra o Corinthians, com alterações que sejam necessárias, como a do Gabriel Xavier, cartão amarelo. Se recondicionar fisicamente para fazer um melhor jogo e entregar para o torcedor, segundo melhor público desse ano, infelizmente a gente não conseguiu entregar, mas a gente agradece ao apoio, à presença. Esse jogo do Athletico-PR serviu de combustível, a gente lamenta entregar o resultado. Muito triste, não me conformo. Mas temos que tentar trabalhar, melhorar, e entregar esse resultado para se manter nessa briga entre as primeiras posições”, finalizou.
Foto: Letícia Martins/EC Bahia