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Conheça a história da Vila Operária de Estância

Conheça a história da Vila Operária de Estância
J. Cruz *

Quando imaginamos na atividade futebol, vem logo em nossa mente atletas, bola e espaço delimitado. Os demais itens vêm depois, embora isto não queira dizer que não sejam também importantes, como arbitragem, uniforme e as famosas regras, que ditam o procedimento dos jogadores em partidas oficiais, amistosas e até nas competições realizadas na várzea.
Diante desse contexto, o espaço delimitado para a prática do futebol ficou conhecido como campo. Posteriormente transformados em estádios e, diante de sua grandiosa, moderna e belíssima arquitetura, ganharam o nome de praças esportivas ou arenas.

Em Sergipe, existiram campos, que, por possuírem pequenos espaços para os jogos e para acomodação da torcida, ficaram conhecidos como ‘alçapões’.
Na capital, os dois principais clubes, o Confiança e o Sergipe, têm, há muitos anos, praças de esporte, a ‘Sabino Ribeiro’ e a ‘João Hora’.

Inaugurado em 1969, o estádio ‘Lourival Batista’, o ‘Batistão’, substituiu o Estádio Municipal de Aracaju. No interior, também existiam algunsos estádios, como o ‘Constantino Tavares’, do Esporte Clube Propriá, o ‘Gonçalo Prado’, em Maruim, o localizado no Rio Branco de Capela, que dispunha até de pista para corridad de cavalos.
O Itabaiana doou, em 1975, o terreno do seu estádio, o ‘Etelvino Mendonça’, para o Governo do Estado erguer o moderno ‘Presidente Médici’, que teve o nome, décadas depois, alterado para ‘Etelvino Mendonça’. Lagarto, Tobias Barreto e Nossa Senhora da Glória, dentre outros municípios sergipanos, têm também seus campos.

Estância chegou a dispor de três espaços exclusivos para partidas de futebol: o estádio ‘José Pequeno’, de propriedade do Grupo Constâncio Vieira, a primeira praça esportiva sergipana com refletores, o campo do Cruzeiro, utilizado pelo Estanciano, e a ‘Vila Operária’, de propriedade da Fábrica Santa Cruz, onde o Esport Club Santa Cruz ‘mandava’ os jogos.

Em 5 de março de 1983, foi inaugurado o ‘Estádio Governador Augusto Franco’, o ‘Francão’, onde o Estanciano e o Santa Cruz passaram a realizar partidas.

A construção do campo da Vila Operária, localizado no bairro Santa Cruz, tem uma história muito interesante.
Segundo relato de José Felix dos Santos, ex-supervisor do Sport Club Santa Cruz, em 1930, os funcionários da extinta Fábrica Santa Cruz de Estância, por iniciativa de José Vieira e apoio dos colegas trabalho procuraram o diretor e empresário João Joaquim de Souza Sobrinho, pedindo para que fosse ali construido um campo de futebol.
Solictação aceita, desde que, com as ferramentas – pás, picaretas, enxadas, foices, machados e galinhotas – cedidas pela fábrica, a obra fosse executada pelos próprios trabalhadores.

Concluido, após seis anos, o estádio foi inaugurado em 1936. No ano seguinte, a Fábrica Santa Cruz foi vendida ao Coronel Gonçalo Prado, que continuou apoiando a prática do futebol entre os seus operários.
O diretor Dr. Júlio Leite, além de autorizar as obras de ampliação do campo – que passou a se chamar ‘Vila Operária’ – criou uma diretoria de esportes e formou o primeiro time de futebol, denominado Sport Club Santa Cruz.
Foi ainda Dr. Julio que, em 1947, iniciou a primeira reforma da ‘Vila Operária’, com a construção das arquibancadas.
O jogo Santa Cruz 1 x Ypiranga (de Salvador) 4, no dia 1º de maio daquele ano, marcou a reinauguração daquela praça de esportes.

A Vila Operária foi palco de grandes partidas de futebol, quando o time do Santa Cruz era considerado o ‘bicho papão’ de Sergipe. Atualmente, o estádio da Vila Operária é mantido pelo grupo empresarial de propriedade da família Leite, conservando a sua arquitetura original e utilizado para disputas do futebol amador.
A história do futebol sergipano está escrita naquele gramado, local em que o Sport Club Santa Cruz conquistou vários títulos estaduais, para o orgulho do futebol estanciano.

Fonte de pesquisa: ‘Folha da Região’, SE, edição 382 maio 2021.

*J. Cruz é historiador e pesquisador – Estância (SE).

Fotos: J.Cruz

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