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Peladas de voleibol e o primeiro banho nas frias águas no mar em Copacabana

Desde criança nunca gostei de tomar banho frio. Não importa a estação do ano, só tomo banho quente. E quando por acaso não encontrava em algum lugar era um drama. Alias, continua sendo até hoje.

Na década de 90, estava na equipe esportiva da Rádio Excelsior AM 840 e fui ao Rio para fazer dois jogos. Um do Bahia, no domingo, e outro do Vitória, na quinta-feira.

Até mesmo banho de mar só tomava em Salvador, no Nordeste ou até Porto Seguro, para o lado Sul, onde a água ainda é morna. A partir dai  já não gostava, pois a temperatura realmente é muito fria.

No jogo realizado no domingo, no Maracanã, o meu repórter era o Dito Lopes. Terminado o jogo, o companheiro ainda teve tempo de pegar um avião e voltar para Salvador, no mesmo dia, à noite.

Lembro que o grande parceiro Ditão quando estava indo para o aeroporto me falou:

– Vamos lá, Marão. Você volta na quinta-feira, pela manhã, para fazer o jogo do Vitoria.

– Vou ficar Dito. A despesa é menor e além disso vou dar uma relaxada esses dias aqui no Rio.

E como já tinha definido todo o meu esquema de hospedagem no Hotel Plaza, em Copacabana, preferi ficar mesmo lá no Rio até o chegada do Vitória para o jogo de São Januário, contra o Vasco.

Na segunda-feira, acordei livre, sem horário, porque não tinha nenhum compromisso, pois já tinha gravado o boletim para a resenha, falando sobre o jogo lá mesmo do Maracanã.

Desci, tomei o café da manhã e decidi ir para a praia. Como o hotel ficava a cerca de cem metros da Avenida Atlântica, a principal de Copacabana, decidi ficar por ali mesmo.

Coloquei um short, uma sandália japonesa (desde aquela época era moda) e fui para a praia. Aliás, uma longa extensão desde o Posto 1 até o Posto 6, para quem conhece Copacabana.

E naquele local são colocadas várias redes de voleibol. Lembro que fui caminhando, e chegando nas proximidades do Hotel Copacabana Pálace, parei para olhar uma turma jogando.

Pensei um pouco, nunca fui um grande jogador de voleibol, mas senti, pelo nível dos dois times, que dava para eu encarar como levantador. Entendi que não iria decepcionar.

Encostei na galera (não conhecia ninguém) e na cara de pau falei:

– Caso tenha vaga, quero entrar na próxima aí, pode ser?

– Claro, alguém respondeu.

Na realidade, tinham dois times na quadra improvisada na areia e um time do lado de fora. Só que ainda estavam faltando dois jogadores para completar o número de seis.

– Vai jogar como atacante ou levantador?

A galera perguntou.

– Vou tentar enganar aqui como levantador.

Como disse, anteriormente, nunca fui um grande jogador, mas também não decepcionava. E neste dia, deu tudo certo. Quando o nosso defensor colocava a bola na minha mão eu devolvia redondinha para o levantador.

E de repente, fomos ganhando. No final, ficaram somente 12 jogadores e dois frequentadores da praia tiraram do time no par ou ímpar. Descobriram que eu era baiano e no momento da escolha um dos dois falou:

– Quero esse baiano que levanta muito bem no meu time.

E no final, pela primeira vez, comemorei a participação de uma pelada na praia de Copacabana e também naquele dia quebrei um tabu. Suado, debaixo de um sol forte encarei as frias águas de uma das praias mais famosas do Brasil e do mundo.

Marão Freitas

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