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A emoção da primeira viagem ao exterior. E uma grande conquista da Seleção Brasileira

Em 1976 eu trabalhava na equipe esportiva da Rádio Excelsior da Bahia – AM 840, comandada pelo consagrado narrador Nilton Nogueira, e também era repórter do Jornal da Bahia.

Lembro que naquele ano fiz a minha primeira viagem para fora do Brasil. Além de ser repórter da edição diária do JBa, eu exercia também as funções de editor da edição das segundas-feiras.

A direção da Rádio Excelsior fez um pool (cadeia de emissoras) com a Rádio Clube de Pernambuco para transmitir os jogos do Torneio Bicentenário dos Estados Unidos.

Foi ai que eu tive a ideia de vender um patrocínio para a página esportiva do Jornal da Bahia, e falei com o Nogueira que viajaria e faria reportagens também para a Rádio Excelsior.

Ele já tinha tudo programado para viajar, como narrador, e Edson Almeida seria o comentarista das jornadas e, também, das nossas resenhas esportivas.

Lembro e até hoje sou, eternamente, grato ao meu querido e fraterno amigo, Luiz Mendonça Filho, atualmente diretor do Grupo LM, um dos maiores da América Latina, Agripino Menezes Franco, o meu compadre e amigo, AGP, e Esmeraldo Ramos Neto, que era o responsável pela mídia da extinta Lojas Duas Américas.

O Agripino, na época, era o proprietário da rede de bomboniere, A Garota, uma das maiores do ramo em Salvador. Os três foram responsáveis pela minha primeira e inesquecível viagem internacional. E logo para os Estados Unidos.

Foi tudo decidido muito rápido. Quem me apoiou muito na cobertura deste evento foi o saudoso Enádio da Costa Moraes, que era diretor comercial do Jornal da Bahia.

– Nogueira, pronto, já vendi as minhas cotas e consegui cobrir as minhas despesas. Vou colocar a publicidade toda lá mesmo no jornal , só precisa você me escalar nas jornadas da equipe da Rádio Excelsior.

– Está certo. Só vou comunicar ao Ivan Lima, lá de Recife, que você também estará nas jornadas.

E foi tudo perfeito. O Nogueira ligou para o saudoso narrador, Ivan Lima, e ele concordou que eu participasse das jornadas. Foi até bom, porque ele estava viajando só com o comentarista José Santana.

Nos dias que antecederam a nossa viagem, vivi um clima de euforia e muita ansiedade, pois estava começando bem em viagens para o exterior, e com uma cobertura fantástica.

Afinal, iria cobrir, para dois importantes órgãos de comunicação, uma competição envolvendo o Brasil, a Itália, a Inglaterra e a própria Seleção dos Estados Unidos.

Viajei junto com o Nogueira. Edson Almeida só foi dois dias depois. O nosso primeiro trecho de viagem, foi Salvador/Rio. No mesmo dia, à noite, pegamos um voo, da extinta Varig, para Los Angeles.

Como a viagem era muito longa houve uma escala em Lima no Peru, depois de cinco horas e meia de voo. Mas apenas para reabastecimento do avião. Nenhum passageiro pode saltar nesta escala. Mas também não foi coisa demorada.

Só saltaram alguns passageiros cujo destino final era a capital peruana, e entraram outros que seguiram no segundo trecho com duração de oito horas até Los Angeles.

Nunca esqueci. Neste segundo trecho internacional, me levantei,  fui até o fundo do avião e pedi um refrigerante ao comissário. Depois de me identificar, logo começamos a conversar, e ele me contou que passamos por um tremendo susto. Só que ninguém notou.

– Rapaz, fomos fazer um café para servir a vocês, passageiros, e  quase que a máquina pega fogo. Caso isso ocorresse fatalmente haveria um incêndio o que poderia gerar um grande problema. Houve um curto circuito. Mas conseguimos contornar. Só avisamos pelo sistema interno de comunicação ao comandante.

Mas graças Deus seguimos a nossa viagem de forma tranquila, até o destino final, a fantástica cidade de Los Angeles. Na época o meu inglês era muito limitado. Mas conseguimos pegar um taxi e chegar em nosso hotel que já estava reservado.

E ficamos hospedados justamente na rua onde está localizada a chamada Calçada da Fama, criada em 1953 pela Câmara de Comércio de Hollywood.

A ideia da criação foi do Mr. Stuart, como forma de manter a glória de uma comunidade cujo nome significa glamour e emoção em todas as partes do mundo.

Pessoas famosas no cinema, nas artes e em outros profissões têm os seus nomes gravados em estrelas, que ficam postadas ao longo da calçada da Hollywood Boulevard Vine Street.

E na competição internacional, depois da estrear com uma vitória, por 1 a 0 sobre a Inglaterra, a Seleção Brasileira chegou à consagração ganhando o título daquela competição, goleando a Itália por 4 a 1 em New Havven, cidade próxima de Nova York.

E naquela ensolarada tarde de 31 de maio de 1976, sob o comando de Osvaldo Brandão, a Seleção Brasileira que jogou com Leão, Orlando depois Getúlio, Miguel, Amaral e Marco Antônio depois Beto Fuscão; Falcão depois Givanildo, Zico e Rivelino; Gil, Roberto Dinamite e Lula, depois Lula, repetiu a goleada aplicada, sobre a mesma Itália, por 4 a 1, na final da Copa do Mundo de 1970, no México.

Naquela fantástica goleada, que deu mais um título para o Brasil,  os gols da Seleção foram marcados por Gil, duas vezes, Zico e Roberto Dinamite

Marão Freitas

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