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MINHA SOLIDARIEDADE AO GRANDE JOGADOR VINICIUS Jr., VÍTIMA DO RACISMO NA ESPANHA

MINHA SOLIDARIEDADE AO GRANDE JOGADOR VINICIUS Jr., VÍTIMA DO RACISMO NA ESPANHA

A Europa teve um desenvolvimento cultural bem diferente do de outros continentes. Durante o colonialismo, havia uma ideia de que os nativos das Américas, da África, da Oceania e do Leste Asiático eram inferiores. Como se não bastasse, os europeus iniciaram um processo de captura de africanos para que trabalhassem como escravos em sua nova empresa colonial. O processo de escravização estava embasado em uma ideologia de hierarquia das raças que prevalece ainda hoje. Ao enxergar outros povos como inferiores, os europeus viam-lhes como animais ou até como objetos. Não é por acaso que Vinicius Jr. foi chamado de macaco pelos torcedores do Valência. Eles não viam Vinicius Jr. como gente e sim como animal.

A ultrapassada ideia de que a raça branca é superior às demais raças é fruto de uma pseudociência racista do século XIX. Na visão dos teóricos desta pseudociência racista, havia uma hierarquia das raças, que poderia ser observada pela cultura de cada raça. Dessa maneira, com uma visão etnocentrista e eurocentrista, eles consideraram a cultura e a raça europeia como superiores. Na escala de hierarquia, consideravam a cultura e a raça dos orientais em segundo lugar, os indígenas americanos em terceiro lugar e, por último, os negros africanos. É com base nesta visão que se comportaram os energúmenos torcedores racistas contra Vinicius Jr.

O racismo existe, também, no Brasil desde o período colonial. A abolição da escravatura no Brasil fez com que a população negra se encontrasse, de repente, em sua grande maioria, sem moradia e alimento, resultando em sua marginalização social que se observa até hoje. Vale ressaltar que a abolição da escravatura no Brasil com a Lei Áurea, que entrou em vigor em 13 de maio de 1888, não garantiu que todos os escravos fossem, na prática, libertos. Muitos escravos, sem opções ou até mesmo sem informações sobre a sua condição de libertos, ficaram submetidos à escravidão no Brasil mesmo após a abolição. O estigma da escravidão unido à marginalização daquelas pessoas que, sem ter o que comer e onde morar, foram viver nos morros, nos guetos e recorrer, muitas vezes, ao crime para sobreviver, resultou na situação de exclusão social que leva ao racismo nos dias atuais.

O racismo perdura como martírio para a população negra, portanto, até hoje no Brasil e no mundo, que só poderá ser superado com a penalização exemplar dos racistas e com a educação da população mundial. Enquanto a educação não mudar a mente das pessoas em todo o mundo porque demanda muitos tempo, é preciso punir exemplarmente todos os que praticam o racismo como é o caso dos torcedores do Valência que atentaram contra Vinicius Jr.

Fernando Alcoforado

Foto: rede social

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