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O “drama” da minha hospedagem no primeiro dia na Copa do Estados Unidos

Em 1994 eu estava com a equipe Alto Astral na Rádio Excelsior AM 840, e decidimos que iriamos cobrir a Copa do Mundo, num pool (cadeia) de emissoras com a Rádio Sociedade de Feira de Santana, Clube de Pernambuco, Cultura de Aracaju, entre outras.

Decidimos, depois de algumas reuniões, que viajaríamos para os Estados Unidos, eu, Ivanildo Fontes, Nilton Batista, Martinho Lélis e Renato Lavigne.

Éramos três narradores, um comentarista e um repórter. Basicamente, a Rede Baiana de Rádio, tinha duas sedes: uma ficava em Los Angeles e outra em Dallas.

Ficou estabelecido que Martinho Lélis e Renato Lavigne ficariam em Los Angeles, onde a Seleção Brasileira estava sediada, e os outros três em Dallas.

Lembro que as viagens foram feitas isoladamente. O importante é que todos já estivessem nas duas cidades americanas antes de 17 de junho, data do inicio da competição.

A minha viagem foi saindo de Salvador para São Paulo e de lá pegando um voo direto para Dallas. Este trecho internacional teve a duração de 10 horas.

Saí daqui com o hotel já reservado pelo colega Dilson Barbosa. Recordo que o nome do hotel onde eu, Ivanildo e Batista ficaríamos, junto com a turma de Feira de Santana, era o Radisson Hotel Dallas North.

Depois de recolher a minha mala no aeroporto, após uma viagem internacional, longa, porém tranquila, iria começar o meu “drama” para descansar.

Apesar da tranquilidade da viagem, quem está acostumado sabe que uma viagem de 10 horas deixa o passageiro cansado, porque tem refeições, idas ao banheiro e, desta forma, ninguém consegue dormir o tempo inteiro.

Peguei um táxi, mostrei o nome do hotel ao taxista e cheguei no local, orientado pelo Dílson Barbosa, que estava presente com muitos colegas da Rede Baiana.

Naquela época, eu não me comunicava em Inglês como na atualidade. Mas dizia que “queria comer água e beber carne” ia me virando e resolvendo todos os problemas que surgiam.

Só que quando cheguei no hotel, lembro que fui recebido pela irlandesa Nicola, uma das funcionárias da recepção.

Hello. Good afternoon,  my name is Mario Freitas. I have a booking here.

Traduzindo, eu disse para a bela Nicola o meu nome e que eu tinha uma reserva no hotel. Ela verificou os nomes dos hospedes, e dos que iriam se hospedar naquela dia e me disse:

– I am sore. But, I didn’t find your name.

Ela me pediu desculpas e disse que não existia nenhuma reserva em meu nome. E me mostrando um cartão, falou e eu entendi que a minha reserva poderia ter sido feita para um outro hotel da mesma rede.

Era um hotel que ficava no centro. Lembro que paguei 80 dólares para chegar a este outro local, onde a Nicola falou que poderia existir uma reserva em meu nome.

Nisso já passava das 19 horas. Mas no verão americano a esta altura ainda estava tudo claro. E de novo, não encontraram nenhuma reserva em meu nome.

Pensei e decidi (apesar da dificuldade de me comunicar e também do cansaço) perguntar se existia um apartamento vago. Pelo menos eu passaria a noite, e no dia seguinte iria procurar pelos meus amigos.

Pronto. Consegui a reserva e quando estava preenchendo a ficha chegou na recepção uns colegas do rádio paulista. E eles me disseram que ouviram falar que a equipe de Dílson Barbosa estava, mesmo, lá naquele hotel onde eu fui inicialmente.

Foi ai que o narrador Osvaldo Maciel me deu uma sugestão:

– Oh, Mário, pegue um táxi aqui na frente, vá lá no Centro de Imprensa e lá certamente você vai encontrar com alguém que está na sua rede de rádio.

Alguém que estava com ele falava bem o Inglês, pegou o endereço e eu entreguei ao motorista. As coisas que estavam complicadas para mim naquela dia, ficaram tranquilas, quando cheguei no Centro de Imprensa.

De cara, encontrei o amigo Jair Cesarinho, que também estava na mesma rede de rádio e me disse que a nossa turma estava lá, mesmo, naquele primeiro hotel onde fui direto do aeroporto.

– Oh, Marão, você por aqui?

Contei o meu drama e àquela altura dos acontecimentos, pegamos um taxi e voltei junto com o colega para o primeiro Radisson North Hotel. O problema é que a reserva estava em nome de Mário Souza, meu último sobrenome, e como não falava bem o Inglês, não soube resolver a situação.

Já perto das 10 horas da noite, fiz o meu check-in, com a mesma Nicola. E quando estava me preparando para subir ao meu apartamento encontrei com o meu parceiro e amigão Dilson Barbosa.

– Dílson, isso é coisa que você faça comigo? Cheguei aqui e não achei a minha reserva.

E falei num tom de voz alto, o que normalmente não é o meu normal.

– Rapaz, você está nervoso? Fique calmo. Você não conseguiu se hospedar? Não estou entendendo o que eu fiz de errado.

E realmente, ele não tinha feito nada de errado. O erro foi meu, mesmo. Subi, pensei em procurar o Dilson para pedir desculpas, mas estava muito casado, literalmente estourado.

No dia seguinte, no café da manhã, me desculpei com o grande parceiro e meu atual chefe na Rádio Andaiá FM – 97.1 de Santo Antônio de Jesus.

Ele aceitou o meu pedido de desculpas e naquele mesmo dia eu tomei uma decisão. Como sabia que iria fazer muitas viagens, por este mundo afora, entendi que tinha de falar Inglês. E, atualmente, domino, o Inglês, até com relativa facilidade.

Marão Freitas

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