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Um comentário sem sentido contra o grande César Tapioca

Em todos os programas pelas emissoras de rádio de Salvador por onde eu passei e também na Rádio Andaiá FM 97.1 de Santo Antônio de Jesus-BA, sempre tive um lema: pensar para falar e não falar para depois pensar.

E desta forma, creio que consegui acertar bem mais nos meus comentários do que errar, ao longo desta minha estrada pelos microfones da vida, em minha carreira profissional.

Mas lembro que na década passada cometi  um temendo erro, ao criticar de forma injusta e, por que não dizer ingrata e irresponsável, uma pessoa séria, de bem, que foi o ex-árbitro, César Tapioca. Aliás, sempre tivemos um excelente relacionamento de amizade.

Num determinado dia, cheguei na Rádio Excelsior – AM 840, para fazer a resenha do meio-dia. Nesta época, o programa ia das 12 até às 14 horas e fui informado pelos colegas que o ex-árbitro tinha entrado com uma ação na Justiça, para impedir a conclusão do estádio Metropolitano de Pituaçu.

César era torcedor do Vitória, mas todas as vezes que foi escalado pela Federação Bahiana de Futebol para jogos de qualquer clube, sempre atuou com lisura e dignidade.

E confesso que, de forma irresponsável, eu fiz pesadas e injustas críticas ao meu amigo César Tapioca, que inclusive, no início da formação da minha equipe Alto Astral me apoiou, colocando publicidade da Loja de Bolsas São Luís, que ficava localizada na Barroquinha.

E naquele dia, sai da minha linha, que sempre foi moderada. Falei coisas sem nenhum sentido como que a Polícia Federal deveria apurar as contas do ex-árbitro em jogos que ele tinha atuado e principalmente nos Ba x Vis.

Além das críticas infundadas, César nunca tinha apitado um  clássico Ba x Vi e sempre teve destacadas atuações em jogos de todos os clubes, inclusive do Bahia e do Vitória. A isenção foi uma marca na sua carreira.

O fato é que a resenha tinha uma fantástica audiência, porque na realidade tínhamos, também, uma grande equipe esportiva. E naquela oportunidade, as TVs também não tinham programas esportivos no horário do meio-dia.

O fato é que, com toda razão, Cesar Tapioca, ficou chateado comigo e entrou com uma ação na Justiça exigindo que eu provasse o que eu tinha falado, além de danos morais.

Já no próprio programa, recebi ligações de amigos que não entenderam aquela  minha posição. E confesso que até eu mesmo fiquei sem entender.

Aliás, existe uma tradicional frase que diz “que o improviso lhe leva onde você não quer ir e lhe deixa onde você não pretende ficar”. E foi justamente o que aconteceu comigo naquele dia.

O fato é que, aproximadamente, três dias depois chegaram os processos e pedidos da cópia da fita com a gravação do programa, Show de Bola do Meio-Dia.

Lembro que estávamos no mês de setembro e a audiência foi marcada para o dia 14 de dezembro. Falei com vários amigos comuns, meu e do César Tapioca, mas ninguém conseguia demovê-lo de tirar a ação contra mim.

– Ele vai ter que provar o que disse. Até quanto estou apitando alguns babas, e cometo algum erro, os caras ficam fazendo hora comigo, dizendo que o Mário Freitas estava certo, e que eu não sabia apitar.

Claro que os amigos do ex-árbitro faziam isso em nível de gozação. Entre algumas pessoas que eu pedi para interferir, lembro de Manoel Serapião, Paulo Celso Bandeira, Raimundo Viana e, até mesmo o irmão dele, que foi meu colega e chefe no extinto Jornal da Bahia, Gustavo Tapioca.

O tempo foi passando e estava se aproximando o dia da audiência. Uma semana antes, eu estava com o meu amigo de infância do Matatu, Ubirajara Martins de Oliveira, (o Bira, ex-Telebahia) e perguntei se ele conhecia o César Tapioca.

Foi quando ele me disse que o Tapioca tinha muita consideração a Niltinho O’dweier. E este foi o homem que me livrou pela primeira das barras de um Tribunal.

Ele conseguiu com que César Tapioca tirasse as ações que tinha movido contra mim, e só pediu que eu fizesse uma retratação na programação esportiva da Rádio Excelsior.

E desta forma, o problema foi sanado, eu pedi desculpas pelo meu grave erro e o próprio Tapioca disse que não imaginava que eu seria tão generoso como fui no meu pronunciamento.

Nunca tive vergonha de pedir desculpas, quando cometi um erro. De toda forma, fiquei em paz, porque o grande árbitro, digno e homem de bem, César Tapioca, soube acatar o meu pedido de desculpas de pronunciamento, injusto e infeliz que um dia eu fiz contra ele.

Marão Freitas

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