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COI confirma que vai punir protestos de atletas durante as Olimpíadas

O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou nesta quarta-feira ao jornal “The Telegraph” que os atletas seguem proibidos de protestar nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A entidade vai se manter fiel à regra 50 da Carta Olímpica mesmo depois de muitos esportistas aderirem à prática de se ajoelhar no chão durante os protestos contra o racismo e brutalidade policial que surgiram como resposta ao assassinato do ex-segurança George Floyd, homem negro de 46 anos, no dia 25 de maio de 2020, em Minneapolis, nos Estados Unidos.

Essa regra afirma que “não será permitida nenhuma demonstração ou propaganda política, religiosa ou racional nas venues olímpicas, instalações e outras áreas”. Atletas que quebrarem essa norma poderão ser punidos. A proibição inclui outros gestos, não só ajoelhar no chão, como, por exemplo, levantar o braço em direção ao céu com o punho cerrado. O COI disse ao “The Telegraph” que tudo segue valendo e que não especularia acerca de “casos hipotéticos 13 meses antes das Olimpíadas”.

Nos últimos dias foi muito comum ver atletas se ajoelhando no chão em protesto contra o racismo e a brutalidade policial contra negros, motivados pelo assassinato de George Floyd. Jogadores do Campeonato Alemão, que retomou seus jogos recentemente com o controle da pandemia do novo coronavírus e a flexibilização do isolamento no país, aderiram, e a Fifa, entidade que regulamenta o futebol mundialmente e, comumente, tem tolerância zero sobre atletas dando suas opiniões pessoas no campo, pediu apenas aos organizadores das competições que tenham “bom senso”.

O comissário da NFL, Roger Goodell, que foi criticado de forma massiva pela forma como lidou com o caso de Colin Kaepernick, que se tornou um símbolo ao se ajoelhar durante protestos em 2016, afirmou na sexta-feira que a liga cometeu erros ao não escutar seus atletas e respeitar seus “protestos pacíficos”. Movimentos antirracistas serão alvo de discussão na reunião do Comitê Executivo do COI na próxima quarta-feira.

Protestos nos Jogos Olímpicos são raros, mas, nas Olimpíadas da Cidade do México em 1968, os velocistas negros americanos Tommie Smith e John Carlos abaixaram suas cabeças e levantaram os braços com punhos cerrados para protestar contra a desiguldade racial no pódio.

Na Rio 2016, a maratonista etíope Feyisas Lilesa levantou os braços e cruzou os pulsos na linha de chegada para demonstrar apoio aos protestos de sua tribo Oromo contra os planos do governo de realocar terras agrícolas.  Foto: Reprodução / Informações: GE

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