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Um susto. E o prestígio com o saudoso amigo João Falcão

De 1976  até o final da década de 90 tinha uma programação imperdível nas tardes de sábado. Jogar futebol com os amigos na AsDner (Associação do Departamento Nacional de Estrada de Rodagem), em Itapoã. Alguns, até hoje continuam por lá, jogando de “teimosos”, como é o caso do meu amigo e irmão Chico Pithon. Aliás, um craque de bola.

O jornalista João Falcão, conhecido como Dr. João, era o dono do Jornal da Bahia, onde tive a honra de trabalhar por 26 anos. Numa segunda-feira, cheguei para trabalhar e a telefonista, Aldenice, que nos deixou no ano passado, me falou:

– Ei, Mário. O Dr. João disse que assim que você chegasse fosse lá em cima falar com ele.

Achei estranho e pensei . Lá vem problema . Na época, eu era editor de esportes da edição de segunda-feira e repórter na edição diária do jornal. E fui lá na sala do “homem”.

– Boa tarde, Dr. João, o senhor pediu que eu viesse na sua sala, assim que chegasse para trabalhar.

– Mas rapaz, você tem prestígio nesta terra, hein?

– Que nada, o senhor é que tem.

– Olha. Mário. O meu motorista foi parado na BR 324, pela Polícia Rodoviária Federal, porque estava dirigindo com baixa velocidade na pista da esquerda, e ia sendo multado. Ele argumentou que trabalhava comigo, estava indo para Feira de Santana , mas não houve jeito. De repente, ele falou que trabalhava também no Jornal da Bahia.

Ai, eu já estava mais tranquilo e perguntei o que aconteceu ?

– Rapaz, o guarda perguntou se ele conhecia Mário Freitas. Ele respondeu que sim e disse que diaríamente se encontrava com você aqui no Jornal da Bahia. Isto foi o suficiente para ele ser liberado e não pagar a multa. Parabéns, você tem prestígio mesmo nesta terra.

Agradeci, saí da sala, depois quis conhecer o motorista. Até hoje não sei quem foi o amigo da Polícia Rodoviária que liberou o motorista do Dr. João, mas todas as vezes que ele se encontrava comigo fazia gozação, dizendo que eu era o cara de maior prestígio nesta terra.

O Dr. João Falcão, grande figura, nos deixou faz aproximadamente quatro anos e tive muita honra de trabalhar com ele e toda equipe do extinto Jornal da Bahia, onde dei as primeiras tecladas no jornalismo esportivo .

Marão Freitas

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